A Beleza de se Pertencer

Você não precisa ter medo de ficar sozinho. Sei que, às vezes, o silêncio pode parecer pesado, que a ausência de vozes ao redor pode fazer o mundo parecer grande demais. Mas a solidão, quando bem vivida, não é um fardo. Ela é um portal para dentro de si.

Estar sozinho não significa estar perdido, muito menos estar incompleto. Significa ter um encontro consigo mesmo, com suas verdades mais profundas, com aquilo que, na correria da vida, você muitas vezes ignora. É no silêncio da solidão que a gente aprende a se ouvir de verdade, a entender o que dói, o que cura, o que precisa ir embora e o que merece ficar.

A solidão pode ser assustadora para quem passou a vida inteira se apoiando em outras pessoas para se sentir suficiente. Mas se acostumar com a própria companhia é um dos atos mais bonitos de amor-próprio que alguém pode ter. Porque, no fim, o único relacionamento que realmente dura para sempre é o que você tem consigo mesmo.

Você não precisa preencher todos os vazios com presenças que não te completam. Você não precisa mendigar atenção só para não lidar com o medo de ficar consigo. A solitude – diferente da solidão dolorosa – é uma escolha, um espaço de reencontro, um descanso para a alma.

E a verdade é que, quando você aprende a se bastar, sua vida muda. Você se torna mais forte, mais seletivo, mais consciente sobre quem e o que merece sua energia. Você para de aceitar qualquer migalha de afeto só para ter alguém por perto. Você descobre que a própria companhia pode ser leve, agradável, confortável.

O medo de ficar sozinho não deve te fazer permanecer em lugares onde você já não pertence. Nem te prender a pessoas que não acrescentam nada ao seu crescimento. Às vezes, o que mais precisamos é de um tempo longe de tudo para nos entendermos melhor. Para enxergar, com clareza, que a felicidade não depende de ninguém além de nós mesmos.

Então, não tenha medo da solidão. Encare-a como um presente. Use esse tempo para se curar, se descobrir, se fortalecer. Quando você finalmente aprender a se amar na sua própria companhia, verá que nunca mais aceitará menos do que merece. E aí, quando alguém chegar, será por escolha – nunca por necessidade.