EPISÓDIO 38 – O DESTINATÁRIO MISTERIOSO
- Douglas Ribeiro
- 20 de mar.
- 2 min de leitura
O endereço no envelope levava a um bairro discreto, longe do glamour da zona sul do Rio de Janeiro. Olívia saiu da mansão sem demonstrar hesitação, mas, por dentro, sentia o peso da incerteza.
Leandro a observou quando ela passou por ele, ainda sentado à mesa do salão. Seu olhar dizia algo que ela não conseguiu decifrar.
— Boa sorte — ele murmurou, e ela se perguntou se era um desejo sincero ou um aviso.
O CAMINHO
O carro deslizou pelas ruas iluminadas de Copacabana, mas, ao se afastar da orla, o cenário mudou. Ruas mais estreitas, menos movimentadas. O endereço a levou até um pequeno prédio residencial.
Olívia desceu do carro e olhou para a fachada discreta. Nenhuma placa, nenhuma pista sobre quem morava ali.
Ela respirou fundo, segurando o envelope.
"Sem perguntas, sem erros."
Mas sua mente estava cheia de perguntas.
O ENCONTRO
Subiu até o terceiro andar e bateu na porta indicada. Por um momento, nada aconteceu.
Então, a porta se abriu.
O homem à sua frente era alto, cerca de cinquenta anos, cabelos grisalhos bem cortados. Tinha um olhar afiado, como se estivesse acostumado a avaliar pessoas rapidamente.
— Você deve ser a garota nova — ele disse, sem sorrir.
Olívia apenas entregou o envelope, mantendo-se firme.
O homem pegou o papel, abriu e leu o conteúdo. Sua expressão não mudou, mas algo em seus olhos se acendeu.
— Entendido — ele disse, antes de dobrar o papel e guardá-lo no bolso. — Diga a Fernando que está tudo certo.
Ela assentiu e se virou para ir embora. Mas, antes que pudesse dar o primeiro passo, ouviu a voz dele novamente:
— Um conselho. Se já entrou nesse jogo, esteja preparada para qualquer coisa.
Olívia parou, sentindo um arrepio na espinha. Era um aviso? Uma ameaça?
Ela não perguntou. Apenas seguiu seu caminho.
E, ao sair do prédio, soube que havia acabado de cruzar mais uma linha invisível.
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