O Que Fui Já Não Me Define
- Douglas Ribeiro
- 9 de mar.
- 2 min de leitura
A vida tem uma forma sutil, mas implacável, de nos transformar. Às vezes, devagar, quase sem que a gente perceba. Outras, como um vendaval que nos arranca do lugar e nos obriga a ser diferentes do que éramos ontem.
E, no começo, a gente resiste.
Porque mudar assusta. Porque deixar para trás versões antigas de nós mesmos dá a sensação de perda. Porque, por mais que saibamos que crescer é necessário, há um certo conforto em se apegar ao que já conhecemos, mesmo que não nos faça mais bem.
Mas a verdade é que a transformação sempre chega.
Chega quando a vida nos decepciona e precisamos aprender a ser mais fortes. Quando alguém vai embora e descobrimos que a nossa própria companhia precisa ser suficiente. Quando tudo o que acreditávamos desmorona e somos obrigados a reconstruir nossa fé em algo novo.
A gente se transforma quando o amor nos ensina, mas também quando nos machuca. Quando as dores nos dobram, mas não nos quebram. Quando finalmente entendemos que não somos feitos para permanecer os mesmos para sempre.
E, olhando para trás, percebo que já fui tantas versões de mim que nem sei dizer qual delas foi a melhor. Já fui ingênuo e acreditei em promessas vazias. Já fui impulsivo e me joguei em histórias que só existiam na minha cabeça. Já fui medo e já fui coragem. Já fui tudo o que precisei ser para chegar até aqui.
E ainda bem.
Ainda bem que a gente muda. Ainda bem que a gente aprende. Ainda bem que a gente se transforma.
Porque crescer é isso: deixar ir o que já não nos veste, desapegar daquilo que não nos cabe mais, e permitir que a vida nos refaça quantas vezes forem necessárias.
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