Às vezes, na pressa de amar, nos perdemos em promessas que mal entendemos. Não eram falsas, eram apenas frágeis, nascidas do fervor de momentos intensos, mas efêmeros. Cada "para sempre" que sussurramos ao vento, cada "nunca" que proclamamos ao sol, carregava a sinceridade do instante, mas não a sabedoria do tempo.
Prometer é um ato de fé no futuro, uma tentativa de capturar o efêmero com palavras eternas. Quando nos entregamos ao calor do agora, esquecemos que o futuro tem suas próprias vontades, que mudamos, crescemos e, às vezes, nos afastamos. As promessas não falharam porque eram falsas, mas porque foram feitas antes de conhecermos plenamente a nós mesmos e ao outro.
Em meio àquela paixão avassaladora, dizíamos "nunca te deixarei", acreditando com todo o coração que poderíamos vencer qualquer obstáculo. Mas a vida tem um jeito de testar nossas convicções, de nos colocar diante de desafios que não imaginávamos. E, aos poucos, percebemos que algumas promessas eram, na verdade, desejos profundamente enraizados no presente, mas não destinadas a florescer no futuro.
Não devemos olhar para trás com ressentimento, mas com ternura. Reconhecer que, naquele momento, fomos genuínos. Que nossos corações, embora precipitados, estavam cheios de verdade. Cada promessa que não se cumpriu não é um sinal de falsidade, mas de uma jornada que ainda estamos aprendendo a trilhar.
É na imperfeição dessas promessas que encontramos a beleza da humanidade. Somos seres em constante transformação, movidos por emoções que muitas vezes desafiam a lógica. As promessas precipitadas são um lembrete de nossa vulnerabilidade, de nossa capacidade de sonhar, mesmo quando não temos todas as respostas.
Então, ao lembrar das promessas que fizemos e não cumprimos, que possamos ser gentis com nós mesmos. Que possamos entender que, mesmo nas nossas precipitações, havia um desejo sincero de amar e ser amados. E que, em cada promessa não cumprida, há uma lição sobre quem somos e quem estamos nos tornando.
A vida continua, e com ela, novas promessas surgirão. Que sejamos mais sábios, mas nunca deixemos de ser apaixonados. Que as próximas promessas sejam feitas com o coração e a mente alinhados, para que possam resistir ao teste do tempo. E que possamos, sempre, perdoar nossas precipitações, reconhecendo nelas a busca incessante por amor e conexão.
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