EPISÓDIO 31 – O JOGO COMEÇA
- Douglas Ribeiro
- 18 de mar.
- 2 min de leitura
Olívia acordou cedo naquela manhã, mas ao invés da rotina habitual de trabalho, seu dia seria dedicado a algo bem mais arriscado.
A noite prometia ser um divisor de águas. Ela não apenas entraria em um evento exclusivo repleto de empresários influentes, mas tentaria extrair informações de Leandro Vasconcellos, o investidor que poderia levá-la até Fernando Souza.
E para isso, precisava estar impecável.
Renan conseguiu um convite através de um contato, mas não foi fácil. Afinal, aquela era uma festa para poucos.
— Seu nome agora é Camila Brandão, assessora de uma empresa de consultoria financeira. O convite está no seu e-mail — Renan explicou, entregando um envelope a ela.
— Camila Brandão? — Olívia repetiu, franzindo a testa.
— Você trabalha com grandes investidores e está expandindo seus contatos. Seu objetivo? Conhecer Leandro Vasconcellos e fortalecer sua "rede profissional".
Olívia soltou uma risada curta.
— E o que acontece se ele descobrir que eu não sou assessora de nada?
Renan sorriu de canto.
— Você improvisa.
Mais tarde…
O evento aconteceria em um dos hotéis mais luxuosos da cidade, de frente para a praia de Copacabana.
Ao entrar no salão, Olívia precisou de alguns segundos para se acostumar ao ambiente. Lustres imponentes iluminavam o espaço, garçons circulavam com bandejas de champanhe e o som suave de um piano tocava ao fundo.
Ela passou os olhos pelo salão até encontrar seu alvo.
Leandro Vasconcellos.
Ele conversava com um grupo de empresários, rindo de algo que um deles dizia. Alto, cabelos grisalhos bem penteados, olhar atento.
Um jogador experiente.
Olívia respirou fundo, pegou uma taça de champanhe e se aproximou casualmente. Precisava entrar no jogo.
Esperou o momento certo e, quando Leandro se afastou um pouco do grupo, ela deu um passo à frente e sorriu.
— Boa noite, senhor Vasconcellos. Sou Camila Brandão.
Ele a olhou com curiosidade antes de sorrir de volta.
— Camila Brandão… Seu rosto não me é estranho.
Olívia riu suavemente, fingindo naturalidade.
— Talvez tenhamos amigos em comum. Trabalho com consultoria financeira, e conheço alguns investidores do seu círculo.
Leandro observou-a por um instante, como se tentasse se lembrar de onde a conhecia. Então, ergueu a taça.
— Se conhece gente do meu círculo, então deve ser interessante. Vamos conversar.
Ela sorriu, mas por dentro, sentiu o coração acelerar.
O jogo havia começado.
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