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O Amor Nem Sempre Mora na Permanência

A gente cresceu ouvindo que o amor precisa ser inabalável, eterno, resistente a qualquer tempestade. Que, se alguém realmente nos ama, essa pessoa sempre ficará.


Mas será que amor é mesmo sinônimo de permanência?


Quantas vezes já tentamos segurar alguém que, no fundo, já tinha partido? Quantas vezes insistimos em histórias que há muito perderam o brilho, apenas porque acreditamos que amar significa nunca desistir?


A verdade é que amar nem sempre é sobre ficar.


O amor pode ser um encontro intenso que muda tudo, mas que, depois, precisa seguir caminhos diferentes. Pode ser um laço que foi bonito enquanto existiu, mas que não faz mais sentido agora. Pode ser uma chama que aqueceu o peito, mas que, por mais que tentemos, não podemos manter acesa para sempre.


E está tudo bem.


O amor também se manifesta na liberdade. No respeito pelo tempo e pelo espaço do outro. Na compreensão de que algumas pessoas são feitas para chegar, nos transformar e, depois, ir embora.


Permanecer por apego não é amor. Permanecer por medo da solidão não é amor. Permanecer por obrigação não é amor.


O amor verdadeiro não se mede pelo tempo que dura, mas pela intensidade com que foi vivido. Pelos momentos em que foi sincero. Pelas marcas que deixou na alma, mesmo depois que a história acabou.


A gente precisa urgentemente desapegar da ideia de que o amor só é real se durar para sempre.


Porque, às vezes, a coisa mais bonita que podemos fazer por alguém é deixá-lo partir. E, às vezes, a coisa mais bonita que podemos fazer por nós mesmos é aceitar que algumas despedidas também são formas de amor.

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