Às vezes, a vida nos ensina da maneira mais delicada e dolorosa que não basta apenas sentar à mesa e esperar que tudo se desenrole conforme nossos desejos mais íntimos. Há uma dança sutil entre o que esperamos e o que o universo nos reserva, entre o que achamos merecer e o que verdadeiramente está destinado a nós.
Aprendi, em momentos de quietude e introspecção, que a verdadeira coragem reside na capacidade de reconhecer quando o prato servido à nossa frente não condiz com a fome do nosso coração. É um ato de amor próprio, uma celebração do nosso próprio valor, erguer-se da mesa da vida quando o que nos é oferecido não nutre nossa alma.
Não é um adeus ao sonho, mas um passo audacioso em direção ao que nos preenche de verdade. É compreender que merecemos mais do que migalhas de afeto, mais do que promessas vazias. É um compromisso conosco mesmos de buscar, incansavelmente, aquilo que nos alimenta de esperança, que nos faz florescer em plenitude.
Então, levantemo-nos com a dignidade dos que reconhecem seu próprio valor. Deixemos para trás a mesa que não nos serve, com gratidão pelo que aprendemos, pela fome que nos ensinou a buscar além do óbvio. Porque, no fim das contas, é na coragem de partir que encontramos o caminho para nos encontrar.
E assim, com cada passo adiante, honramos a nós mesmos e à jornada que nos aguarda, sabendo que merecemos, sim, cada pedaço de felicidade que a vida reserva para aqueles que têm a coragem de seguir seu próprio caminho.
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