As dores que nos ensinam a crescer
- Douglas Ribeiro
- 27 de fev.
- 2 min de leitura
Dizem que todo fim carrega uma dor, e isso é verdade. Nenhuma despedida acontece sem deixar um vazio, sem arrancar pedaços, sem nos fazer questionar se poderíamos ter feito algo diferente. Finais sempre parecem injustos no momento em que acontecem. Como se a vida estivesse nos tirando algo precioso sem nos dar tempo de nos prepararmos para a perda.
Mas o tempo — esse que tantas vezes odiamos por não passar rápido o suficiente — tem o hábito de colocar tudo no lugar. Um dia, sem aviso, olhamos para trás e percebemos que algumas dores vieram não para nos destruir, mas para nos reconstruir. Que certos finais, por mais cruéis que tenham sido, nos tornaram pessoas melhores.
No começo, é difícil enxergar isso. A gente se debate contra a realidade, tenta encontrar razões, cria cenários alternativos na cabeça. Mas a verdade é que certas histórias precisam acabar porque já não nos cabiam mais. Porque, se tivéssemos ficado, teríamos nos perdido. Porque continuar ali teria significado abrir mão de partes importantes de nós mesmos.
Crescer nem sempre é bonito. Muitas vezes, o aprendizado vem em forma de lágrima, em forma de ausência, em forma de noites insones tentando entender onde foi que tudo desmoronou. Mas, depois de um tempo, a gente percebe: não foi um desmoronamento, foi uma libertação.
Alguns finais nos ensinam a dizer “não” ao que já não nos faz bem. Nos mostram que merecemos mais do que metades, mais do que silêncios que machucam, mais do que presenças ausentes. Nos obrigam a encontrar dentro de nós uma força que nem sabíamos que tínhamos.
E um dia, quando a dor já não for tão cortante, vamos nos olhar no espelho e perceber o quanto crescemos. Vamos sentir orgulho por termos sobrevivido ao que, um dia, achamos que não suportaríamos. E, principalmente, vamos agradecer. Porque certos finais, ainda que tenham nos feito chorar, foram exatamente o que precisávamos para nos tornarmos quem somos hoje.
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