O amor que eu não pude segurar
- Douglas Ribeiro
- 27 de fev.
- 2 min de leitura
Eu não queria desistir da gente, mas…
Mas você também não parecia querer ficar.
No começo, eu fazia de tudo para não enxergar os sinais. Me agarrava às lembranças boas, às promessas feitas em dias felizes, aos planos que pareciam tão certos. Acreditei que o amor, por si só, bastaria. Que se eu tentasse um pouco mais, se segurasse firme, se tivesse paciência, a gente voltaria a ser o que um dia fomos.
Mas o amor não sobrevive só da vontade de um.
Por muito tempo, eu lutei para manter algo que já escapava por entre os dedos. Eu me doei, me refiz, me dobrei ao meio para caber no espaço que você me dava. Mas, enquanto eu fazia de tudo para ficar, você parecia cada vez mais distante. O que antes era cumplicidade virou silêncio, o que antes era aconchego virou frio. E eu fiquei ali, tentando entender onde foi que nos perdemos, quando foi que o amor se tornou essa estrada de mão única.
Eu não queria desistir da gente, mas precisei escolher a mim.
E essa foi a parte mais difícil. Porque eu ainda te amava, mas também sabia que o amor não deveria doer tanto assim. Percebi que permanecer por medo da dor da despedida era me condenar a uma dor ainda maior: a de me perder dentro de um amor que já não me fazia bem.
Eu precisei ir. Não porque deixei de sentir, mas porque entendi que amor não se pede, não se implora, não se mendiga. Amor de verdade é recíproco, é escolha diária, é laço que não aperta, é refúgio, não tempestade.
Hoje, olhando para trás, vejo que eu não desisti. Eu apenas aceitei que, para amar alguém, a gente não pode se esquecer no processo. E que, às vezes, a melhor forma de salvar um amor é deixando-o ir.
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