O Coração Quer, Mas a Alma Sabe
- Douglas Ribeiro
- 7 de mar.
- 2 min de leitura
Existe um momento, quase imperceptível, em que o coração ainda quer ficar, mas a alma já começou a ir embora.
Um instante silencioso, onde tudo parece igual por fora, mas, por dentro, algo mudou. Você ainda segura as mãos, ainda responde as mensagens, ainda diz que sente falta. Mas, lá no fundo, bem no fundo, uma voz sussurra que não vale mais a pena.
Mas você insiste.
Porque partir dói. Porque admitir que acabou é aceitar que tudo aquilo que um dia fez seu coração acelerar agora só te prende a algo que não te faz mais crescer.
E você tenta.
Tenta reviver as memórias boas, tenta lembrar do início, tenta se convencer de que todo amor passa por fases difíceis. Você justifica a ausência, as respostas vazias, a falta de brilho no olhar. Convence a si mesma de que a culpa é sua por sentir demais, por esperar demais, por querer demais.
Mas, no fundo, você sabe.
Sabe que amor de verdade não pede para ser convencido a ficar. Que o certo não precisa ser forçado, nem explicado o tempo todo. Que, quando algo é realmente bom para nós, a gente sente paz, não cansaço.
E chega um dia em que o coração, mesmo ainda querendo, se rende à verdade.
A verdade de que alguns sentimentos se desgastam, de que algumas conexões se perdem, de que algumas histórias precisam de um ponto final antes que virem prisões.
Você percebe que querer não é o suficiente.
E que, às vezes, o maior ato de amor não é segurar alguém, mas sim soltar.
Soltar a ideia de que um dia tudo voltará a ser como antes. Soltar a culpa por não conseguir mais ignorar a falta. Soltar a necessidade de ficar onde você já não se sente inteira.
Então, mesmo com os olhos cheios de lágrimas, mesmo com o coração pesado, você respira fundo e dá um passo para trás.
Não porque nunca quis.
Mas porque, pela primeira vez, você se escolhe.
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