O que vem depois do fim

No início, tudo dói. O fim chega como um corte abrupto, um silêncio pesado no meio de uma música que ainda queríamos dançar. Perdemos o chão, nos perguntamos como algo que parecia tão certo pôde simplesmente acabar. Tentamos entender, tentamos refazer os passos, tentamos encontrar alguma explicação que alivie o peso da despedida.

Mas finais nunca vêm com manuais. Eles simplesmente acontecem.

E, por mais que doa, não há nada que possamos fazer para voltar atrás. Não dá para segurar quem já se foi, não dá para remendar o que já se quebrou. A única coisa que nos resta é aceitar que algumas histórias não foram feitas para durar para sempre, por mais que a gente tenha acreditado nelas com toda a força do nosso coração.

No entanto, o que hoje parece um vazio insuportável, um dia se tornará apenas uma lembrança. Porque a verdade é que, por mais que finais doam, são os recomeços que nos curam.

No meio do luto pelo que se perdeu, um dia percebemos que ainda há vida além daquilo que nos machucou. Que o sol continua nascendo, que os dias continuam passando, e que, aos poucos, a dor começa a ceder espaço para algo novo. O que parecia insuportável se torna suportável. O que parecia insubstituível dá lugar a novas possibilidades.

Então, sem perceber, começamos a recomeçar.

E não é um processo fácil. Há dias em que a saudade aperta, em que as lembranças tentam nos puxar de volta, em que a vontade de desistir sussurra baixinho. Mas há também dias em que sorrimos sem culpa, em que o coração se sente mais leve, em que a vida começa a fazer sentido de novo.

E é assim que percebemos que a dor não dura para sempre.

Porque, no fim das contas, toda despedida traz consigo a chance de um novo começo. E, se tivermos coragem o suficiente para seguir em frente, vamos perceber que algumas perdas, na verdade, são livramentos. E que, depois do fim, existe sempre um depois.

E esse depois… pode ser ainda mais bonito.